segunda-feira, 15 de junho de 2009

A ceia dos cardeais

Recentemente esteve em cena a peça A ceia dos cardeais, de Júlio Dantas, no Auditório dos Oceanos, no Casino de Lisboa com o propósito solidário de reverter as receitas de bilheteira para a CRIAMAR.

Esta foi, aliás, a razão pela qual a peça esteve apenas em cena durante dois dias ou, pelo menos, deveria ter estado.

Não há muito mais que vos possa dizer relativamente a esta peça por um motivo bastante básico: não a vi.

Ora, não a tendo visto, neste momento podes estar a perguntar-te por que razão estarei então a dedicar algum do meu tempo a escrever sobre a mesma no meu blog?

Porque talvez as pessoas que dirigem a companhia de teatro não o saibam mas, em média, quem tem uma boa experiência partilha com 3 pessoas, e quem tem uma má experiência partilha com 7. E, neste momento, eu estou a partilhar a minha experiência com todos aqueles que (muito corajosamente e por isso vos agradeço) lêem este blog.

Pois bem. Infelizmente eu fui uma das 16 pessoas que comprou um bilhete para assistir à sessão das 22 horas de Domingo, mas que não vi a peça, tendo sido informada que a Companhia de teatro não actua para um público de 16 pessoas.

Ora começa aqui a parte que não compreendo muito bem. A peça estava em exibição com fins solidários. Cada bilhete custou 10 euros: preço único. Portanto, a CRIAMAR achou que 160 euros numa noite (sejamos realistas, talvez duas horitas, no máximo) era insuficiente e portanto achou preferível não receber esse dinheiro. Porque as pessoas que beneficiam da ajuda da CRIAMAR não precisam de 160 euros, afinal de contas, há limites!...Não me parece que a CRIAMAR tenha tido qualquer palavra a dizer em relação a este assunto.

Se eu tivesse pago para assistir à peça no Teatro, quando o mesmo tem fins lucrativos (mais que não seja diminuir um pouco o dinheiro orçamentado pelo Ministério da Cultura no ano seguinte), eu aceitava que os actores não quisessem actuar para um público de 16 pessoas. Não gostava, mas aceitava. Tratando-se de um evento solidário...não preciso mesmo de dizer mais nada, pois não?

No entanto, não posso deixar de elogiar aqueles que, apesar das dificuldades, executaram o seu trabalho dignamente e de forma eficiente: o pessoal do Casino de Lisboa, que prontamente ajudou a recuperar o dinheiro dos bilhetes e assumiu o custo de quem tinha estacionado o carro no parque de estacionamento do Casino.

Avaliação da peça: 0/10.

quarta-feira, 10 de junho de 2009

A Crónica dos Imortais




Avaliação: 4/10



A Crónica dos Imortais, escrita por Wolfgang Holhbein (escritor alemão) é composta por 2 volumes: O Abismo e O Vampiro.
A história deste volumes centra-se na vida de Andrej Delãni, um homem com uma esperança média de vida e capacidade de sobrevivência acima do normal.

Na sua busca pelo passado, Andrej acaba por encontrar a sua cidade Natal destruída e a sua população prisioneira da Grande Inquisição. Ora, é na companhia de um jovem de 13 anos com capacidades iguais às suas, e único sobrevivente do massacre perpetuado na cidade, que Andrej tenta resgatar a população feita prisioneira.

No caminho que percorrem, e pelo qual vivem várias aventuras, conhecem outras pessoas iguais a si, e juntos vão desvendando um segredo muito bem guardado e cobiçado pelo célebre principe Vladimir Drácula.

As críticas a estes livros, curiosamente boas, prometiam uma nova versão sobre a origem dos vampiros, bem como momentos de aventura misturado com romance.

Pois bem, a origem dos vampiros não é revelada nestes dois volumes (na Alemanha já são cerca de 10), e de romance existe muito pouco.

Apesar de a história nos apresentar vários personagens, alguns deles fulcrais para o desenvolvimento da acção, a verdade é que o autor não os explora, não lhe concedendo qualquer tipo de profundidade ou interesse. Assim, nem sequer de personagens secundárias se tratam, são praticamente inexistentes.

Nestes 2 livros surge apenas uma personagem feminina, Maria, por quem Andrej se apaixona sem absolutamente razão nenhuma a não ser o facto de Maria ser uma mulher bonita. Maria é uma personagem fantasma (sempre presente na mente de Andrej, mas nunca na história), praticamente sem falas e destituída de qualquer personalidade. Maria é apresentada na história como uma mulher forte e dinâmica mas todas as suas atitudes são as de uma mulher frágil e sem qualquer vestígio de pensamento racional. Diria que o autor desconhece por completo o pensamento feminino ou não foi, simplesmente, capaz de o transpor para o papel.

Deste modo, estes são livros de aventuras (e mesmo neste domínio, fraco) para ler quando não se quer pensar muito.